O voto foi expandido para todos os cidadãos com mais de 16 anos muito recentemente, mostrando que a participação política no país foi constantemente restringida.
No Brasil, o voto universal foi conseguido apenas no final do século XX, o que demonstra a importância dessa prática política para o país
O voto, ou sufrágio, como é também conhecido, é um dos principais instrumentos utilizados para eleições
de representantes políticos ou para tomar decisões políticas, em
espaços em que há consulta popular para isso, como nos casos de
referendos ou plebiscitos.
No Brasil,
são eleitos através do voto diversos representantes políticos da
população, como vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais,
além de governadores e presidentes da República.
Desde a Constituição de 1988 que o sufrágio universal
foi instituído para a escolha dos ocupantes desses cargos acima
mencionados. Sufrágio universal significa que todo o cidadão dentro das
normas legais tem direito ao voto. Tal configuração de participação
política foi uma vitória no sentido de ampliação dos critérios da democracia representativa
no país, já que todos os cidadãos com mais de 16 anos, homens ou
mulheres, alfabetizados ou analfabetos, têm direito a escolher seu
representante através do voto.
Porém, na história do voto do Brasil,
nem sempre foi assim. As votações que existiam durante a colônia e
durante o Império brasileiro estavam restritas a homens que detinham
certo nível de renda. Com o advento da República, o voto foi estendido
aos demais homens, mas não às mulheres. Estas somente puderam participar
das eleições no Brasil a partir de 1932, com a reforma do Código
Eleitoral.
A
existência dos períodos ditatoriais, como entre 1937 e 1945 e entre 1964
e 1985, diminuiu muito a abrangência da participação política dos
cidadãos na escolha de seus representantes políticos. A restrição
histórica à participação de boa parte da população na escolha de seus
representantes através do voto fez com que o sufrágio universal
estabelecido na Constituição de 1988 ganhasse uma enorme importância.
Através
do voto, é possível ao eleitor e ao cidadão escolher dentre um leque de
opções previamente estabelecido uma pessoa que o representará em
algumas das instituições políticas por um período determinado. Essa
escolha, na forma ideal, deve ser feita com consciência política e após
uma análise das propostas do candidato e de sua viabilidade de
aplicação, além do histórico pessoal e político do candidato.
A urna eletrônica substituiu as cédulas de papel, garantindo maior rapidez na apuração dos votos *
Intensas campanhas são feitas para combater a compra de votos,
uma prática ainda comum durante as eleições no Brasil. Através da
compra do voto, políticos com maior poder econômico conseguem
influenciar de forma considerada não ética um maior número de eleitores.
A compra de votos é crime no Brasil, mas isso não quer dizer que ela
não exista.
Por
outro lado, diversos posicionamentos críticos em relação à democracia
representativa apontam que os financiamentos de campanhas, que são
legais, acabam também fazendo com que as classes que têm maior poder
econômico coloquem seus representantes no poder, limitando a abrangência
da democracia. Nesse caso, somente as campanhas eleitorais milionárias
teriam capacidade de serem vitoriosas nas principais eleições.
Outra característica do voto no Brasil
é que ele é obrigatório. Há campanhas para que o voto seja facultativo,
uma escolha das pessoas que querem eleger seus representantes. A favor
desse posicionamento há o argumento de que tal medida diminuiria os
casos de corrupção nas eleições, além de ampliar a possibilidade de
escolha dos cidadãos, já que poderiam começar escolhendo se querem votar
ou não.
Há ainda posicionamentos de crítica mais profunda às eleições, principalmente as decorrentes das campanhas do voto nulo.
A prática de anular o voto visa expor um descontentamento com todo o
sistema da democracia representativa ou, em alguns casos, a insatisfação
com os candidatos que são apresentados.
Em
muitos casos, a crítica à representatividade indica uma limitação dessa
forma de organização, que exclui da participação política direta a maior
parte dos cidadãos, afastando-os desse tipo de prática, que se
limitaria a votar apenas em certos períodos, em candidatos previamente
escolhidos por agremiações. Nesse sentido, nos intervalos das eleições,
os cidadãos ficariam afastados das decisões políticas, já que delegariam
essa função a seus representantes.
Os vários posicionamentos no debate demonstram a importância do voto na prática política brasileira.
* Crédito da Imagem: Antônio Cruz/Agência Brasil
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